sábado, 27 de dezembro de 2008

"Desporto é droga, toquem guitarra"
Frank Zappa


quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Quero ser escritor de sonetos, todos saberão a minha forma de pensar, pois coloco-a neles. Seria popular, pois todos saberão quem sou, afinal sou um idiota. Tal como todos, tenho saudades de sentir, por isso é que escrevo sonetos. Procuro sentimentos. Espero sentir alguma coisa. Quero ser melhor na forma de sentir, pois faço sonetos. Aprecio-te leitor, tu és forte, não mostras os sentimentos, não te deixas influenciar, eu denuncio-os agora, aqui para ti. Falo com letras e com folhas. Na minha vida apenas há sonetos. Talvez seja egoísta. Tu ficarás assim, a tua ganância e a tua falta de mostrar sentimentos é tal que ficaras só contigo e ficarás cheio de memórias. E não conseguirás ser um mísero soneto. E eu faço parte de um.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008





Uma grande amiga minha, sabes a data desta foto ?

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Talvez seja uma carta

Kids - MGMT


"Devia ter falado com ela, nem eu sei ao certo, ou então espero voltar a ve-la para lhe puder voltar a falar. Sou um tipo normal, não sou loiro e tambem nao sou bonito. Sou tão normal que o meu nome,Francisco, é facilmente esquecido e daqui a 200 anos ninguem o saberá, mas eu saberei o dela. (paragrafo)
(...)
Dela agora nao sei nada, acho que esta a sorrir, eu quase que a vejo a faze-lo.
Esta carta esta escrita a lapis para puderes apagar e voltar a usar a folha caso queiras. (...)
Não sei o que pensaras ao ler isto.
Desculpa o tempo que te ocupei.

Francisco "

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Simples

Uma mulher rica, rica, rica queria conquistar um homem honesto.
Cada vez que estavam juntos ela oferecia-lhe presentes, presentes caros e com uma certa luxuria. Ao quarto encontro entre eles, ele ja era um homem diferente no modo de vestir. Ela uma dia ligou-lhe e disse que ansiava pelo proximo encontro para lhe oferecer mais um presente. Ele honestamente respondeu ao telefone:
- E eu tenho um abraço para te dar, queres que embrulhe ?

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Uma invenção

Vou escrever um conto sobre paixão, é algo raro.
Era um daqueles dias de melancolia na vida dele. Ela saíra da sua vida há já uns bons meses. Ele fumava o seu cigarro com ela no pensamento, tentava acrescentar fumo as suas memórias e quase sem querer, apenas por desejo, ela estava a pensar nele também. Ele estava na complexada solidão da sua companhia diária. Ela deveria enxugar-se do seu orgulho e tentar ganhar coerência, era usada pela ralé, amava “porque sim”.
Ambos voltaram a falar, ele tentava de tudo para voltarem e ela estava quase sempre sem dinheiro depois de um relacionamento falhado com o vizinho dele. Ele tentava voltar. Ele tentou voltar, ela apenas cedeu por carência numismática. Quando voltaram a estar juntos ele repara que afinal ela tinha um dente torto. Esta não foi a única coisa que ele reparou nela. Ela iria acabar na miséria e ele voltaria a viver uma boa historia de vida.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Telefona-me

Telefona-me
Telefona-me
Telefona-me
Telefona-me
Telefona-me
Telefona-me
Telefona-me
Telefona-me
Telefona-me
Telefona-me
Telefona-me
Por vezes falava contigo sobre o que gostava em ti, o teu sorriso, os teus olhos, o teu modo de vida. Queria telefonar-te vezes sem conta, queria sentir a tua voz perto de mim, mas estavas longe. Sempre estiveste longe, mas tinha no meu pensamento que me ias ligar todos os dias em que pensavas em mim. Mas não. De todas as ocupações que tinha e que nao queria, faltava-me apenas a que queria e que não tinha, tu.
Agora que acabo de escrever "Telefona-me" vezes sem conta oiço o telefone a tocar. És tu. Mas a esta hora não se fala de amor ao telefone, por isso nao atendi.

domingo, 26 de outubro de 2008

Fútil

Era uma vez um Menino e uma Menina, encontraram-se ao acaso numa rua. A noite ainda estava a meio.
Pararam, olharam um para o outro. O Menino pergunta a Menina :
- Eu conheço-te ?
A Menina responde:
- Acho que não, és parecido com o meu Pai.
Com isto começaria o melhor diálogo da vida deles.
- E eu acho-te parecida com a minha Irmã, o estilo das roupas, da maquilhagem, do corpo, do cabelo, conhece-la?
- Possivelmente não, tu tens o físico do meu Pai, o cabelo do meu ex-namorado e usas calças iguais aos meus amigos, aposto que ouvem a mesma música.
O menino vestia uns jeans largos com uma camisa chique e um casaco grosso, como está na moda. A menina adorava-o pois achava-o diferente. Retomou-se o diálogo:
- Sabes, adoro moda, tu pareces-me actual, pareces-me diferente.
O menino era um pouco convencido ao ponto de se achar diferente do Mundo.
- Eu tento ser diferente, de facto não o posso ser pois tenho que estar ligado ao Mundo, mas tu ainda me pareces familiar, o teu relógio é igual ao que toda a gente usa.
De repente a rua fica cheia de gente. O Menino e a Menina como gostam de ser observados ficam no mesmo sítio parados. Olham a sua volta, estão os amigos dela e as amigas dele, a diferença entre eles esta longe neste momento. São iguais a todos, a mesma forma de pensar, usam os mesmos ténis e tem telemóveis iguais, mas mesmo assim todos se dizem diferentes.
Eu assisti a isto tudo, estava sentado no chão dessa a rua a atar o sapato, achava aquela multidão fútil, sabia que eram filhos do mesmo Pai e da mesma Mãe.
A menina sentia falta de algo diferente, algo que a fizesse sentir feliz, o menino procurava ganhar um sentimento de distancia daquele lugar, mas ele pertencera aquela rua desde sempre. Ela nunca esteve rodeada de tanta gente mas sentia apenas a falta de uma só (ele) , ele estava lá com ela mas tinha sentimentos simples , sentia-se só.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Amar-te-ei mais em Dezembro do que em Maio.

Amar-te-ei consoante a nossa estabilidade, de facto admito hoje que as nossas conversas baseavam-se em amor.
Sinto que te amo cada vez mais profundamente, ao ponto de te amar até Maio. Hoje é Novembro. Não sei o que serei pois transformas-me consoante o teu modo de olhar, vejo-te cada vez de uma forma mais cintilante. Transtornava-me de pensar que não te via em algum pensamento meu, criava histórias e fantasias para um futuro nosso. Eu só te via a ti. Não era obsessão era prazer de pensar em ti. Estava confortável com a nossa forma diferente de ser. Queria amar-te até Julho. Sabia que se tivesses um encontro comigo ás 6 eu começaria a pensar em ti ás 2, não era parvoíce, era amor, era desejo. Não eras bonita, dizem que não, não eras uma mulher com bastantes pretendentes, apenas sabias que os atraias. Atraímo-nos mutuamente até uma Sexta de Janeiro, foi ai que me declarei. Acreditei.
Não pensava, tentava apenas suspirar, comovia-me de pensar no nosso mês de Maio, mês em que iríamos partir, queria-te até lá. Queria-te até me cansar de pensar em te perder. Nos falávamos muito, mas não falávamos do necessário para nos apaixonar-mos. Era apenas isso. O que sabes de nós? Estas longe de mim? Para onde foi a nossa dedicação? Hoje não tenho o espírito de adolescente, tenho 78 anos. Estou num lar e estas ao pé de mim como sempre estiveste. Afinal durou mais que o mês de Maio... Quero-te como sempre te quis, não é atracção nem desejo é paixão.
Hoje sinto que te amo mais que nunca, sabes? Amo-te porque vivemos tudo até aqui.

domingo, 12 de outubro de 2008

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Contava os dias para a ver. Faltavam 3 dias. Era bonita, tinha um rosto doce mas a sua sensualidade estava quase sempre afastada de si . Quando estava-mos juntos ela adorava sorrir. Tinha uma ligeira forma de se pentear que eu apreciava bastante, era um gesto delicado. Ela escrevia artigos de jornais e eu gostava de a olhar nos seu olhos verdes ou azuis.
Dizíamos que gostávamos um do outro, de facto, eu hoje admito que sim. Éramos jovens e eu quando terminava as aulas da Universidade vi-a com frequência no café. Tornamo-nos dependentes um do outro, isto é o auge de todas as relações. Todos os namorados gostam de se abraçar, mas eu estava sempre a abraça-la, mesmo assim, acho que lhe dei poucos abraços. Ela sorria, sorria facilmente por tudo ou por nada, não era parva, era honesta, era linda. Aos olhos do mundo era mais uma. Para mim era ela e não mais nenhuma. Éramos um casal improvável… estávamos juntos quando calhava, eu contava os dias.
Ela gostava da vida, era simples e tentava viver um grande amor. Tivemos um grande amor. Foi sobre história, arte e musica, era um amor quotidiano. Pouco valia a minha rotina sem ela. Faltava uma hora para a ver, para o nosso encontro improvável, eu ficava nervoso. Admito que toda a gente estaria se fosse eu. Aparava-me e ela também, mas eu nunca notava pois vi-a de uma forma simples. Ela tocava-me nos lábios, ela era deliciosa. Éramos um casal improvável, bebíamos café. Ela sorria eu olhava apenas para a simplicidade, estava focado nela. Era uma menina normal. Dizíamos “Amo-te” com frequência, com entusiasmo. Estávamos no encontro, era o fim da minha matemática. Eu era um rapaz rasco, era miserável e comum ao que vivia. Era sonhador, era do mundo… Ela não era para mim. Não sei porque me queria, mas dizia sempre a mesma coisa “ és o que eu quero” , e eu queria-a. Vivemos felizes, gostava muito dela. Isso era amor ! Hoje tudo se ama, tudo espera pelo improvável … e não vêem o simples.
O Mundo esta rápido, tu tornaste-o rápido, és Homem. Queres repousar, mas dizem-te para ires. Queres dormir e o chefe diz para vires. O que és?
És o relógio!
Foi obra tua, sabes ?
Tu gostas disso...
Quando parares , quando fores obrigado a isso pensarás, boneco ? Foste e és da sociedade.
E pensaras em todos os momentos dela, percorrerás quilómetros dentro da tua memória, sorrirás . Mas ficaras preso na sociedade, serás recordações, imagens de Bohemia e ignorância, pois nunca te questionas-te o que és.
Agora pensas na rapidez dos teus 80 anos, pensas na tua vida. Estas sentado num sofá. Agora estamos débeis e queremos ser rápidos, queremos ser jovens e fazer tudo de novo. Ambos queremos viver mais e melhor, pois somos egoístas. Durante 80 anos procuramos tudo o que era rápido para pouparmos tempo na nossa vida. Mas esquecíamos que não vivíamos em função do tempo. Diziam-te para ires, para aproveitares a vida, pois alguém sabia que terias 80 anos.
Agora o que pensas ? Agora ambos queremos viver a vida... mas não pudemos pois estamos esgotados do relógio, esgotados da nossa correria. Queremos viver dentro da nossa memoria, pois temos 80 anos.