sábado, 31 de outubro de 2009

Lembras-te ?

Este vídeo é um complemento ao texto escrito em 3 de Outubro de 2008, sexta-feira, publicado também nessa data neste próprio blogue.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Fingimento da sociedade descrito em 53 palavras.

Sou louco, impulsivamente. Não por nada , mas por tudo, mas porque tem que ser, porque calhou-me ser assim, como calha a todas as outras pessoas. Elas são loucas por nada e não por tudo, não porque tem que ser mas sim porque querem ser e eu simplesmente sou. Sou, porque sim, louco, arrebatadamente.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009



" Terrível bebé:

Gosto das suas cartas, que são meiguinhas, e também gosto de si, que é meiguinha também . E é bombom, e é vespa e é mel, que é das abelhas e não das vespas, e tudo está certo, e o bebé deve escrever-me sempre, mesmo que não escreva, que é sempre, e eu estou triste, e sou maluco, e ninguém gosta de mim, e também porque que havia de gostar, e isso mesmo, e torna tudo ao princípio, e parece-me que ainda lhe telefono hoje, e gostava de lhe dar um beijinho na boca, com exactidão e gulodice e comer-lhe a boca e comer os beijinhos que tivesse lá escondidos e encostar-me ao seu ombro e escorregar para a ternura dos pombinhos, e pedir-lhe desculpa, e a desculpa ser a fingir, e tornar muitas vezes, e ponto final até recomeçar e porque é que a Ofelinha gosta de um meliante e de um cevado e de um javardo e de um indivíduo com ventas de contador de gás e expressão geral de não estar ali mas na pia da casa ao lado, e exactamente, e enfim, e vou acabar porque estou doido, e estive sempre, e é de nascença, que é como quem diz desde que nasci, e eu gostava que a Bebé fosse uma boneca minha, e eu fazia como uma criança, despia-a e o papel acaba aqui mesmo, e isto parece impossível ser escrito por um ente humano mas é escrito por mim.

Fernando
09-10-1929 “

Fernando Pessoa

domingo, 23 de agosto de 2009

Apresento-me agora

Sou filho, sou irmão, sou primo, sou neto, sou estudante, sou músico, sou baixista, sou guitarrista, sou baterista, sou pianista, sou cantor, sou artista, sou escritor, sou leitor, sou apreciador, sou poeta, sou do mundo português, francês e chego a meio mundo inglês, sou do povo, sou da aldeia. Sou eu e sou tu, sou ele e sou nós, sou vós e sou eles.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Eu vivo .



de Quem é o Mundo ?
a Quem pertence Tudo ?
Quem é que manipula as pessoas ?
Quem altera os seu gestos ?
Quem é que acabou com o individualismo criativo e talvez genial ?
Quem é que vê o Mundo ?
Quem é que cria os sentimentos que abundam no Mundo e em mim ?
a Quem é que Pertences ?
a Quem é que eu Pertenço ?

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Daqui a pouco eu e o vinho do porto vamos escrever um texto. A espectativa é miserável neste caso.

segunda-feira, 23 de março de 2009

-Há uma teoria, segundo a qual, quando um Homem descobrisse concretamente o modo de ser de uma ou de mais mulheres o Mundo seria imediatamente substituido por algo ainda mais bizarro e inexplicavel, como o Universo.-



-Há uma segunda teoria que diz que isto já aconteceu.-

sexta-feira, 20 de março de 2009

007

Este ano a maior parte dos Jovens de 91 precisam de defenir uma area de estudos para posterior profissão.
Estou farto de Matemática A, Fisica, essas cenas.
Quero tirar um curso que não tenha complicações. Quero tirar o curso de James Bond.
Sempre curti o Pierce Brosnan, para o James Bond o mundo não é demasiado pequeno, para mim tambem não. Quero ser James Bond, colocar os malvados longe de mim.
Quero andar sempre de Martini na mão. Ser um sedutor e ser seduzido.
Ter licença para matar, ter licença para viver, ter emoção, ter todo o Mundo na mão. Ter uma vida bestial. Quero ser o James Bond, qual é a prova de ingresso ?

quarta-feira, 4 de março de 2009

Tardes

Nunca foi artista. Tentei.
Ha tardes, há tardes porque sim e porque não, tudo varia, é apenas tudo tentativa.
Há textos que se escrevem sem consciencia, porque sim e porque não, simplesmente porque tentamos escrever. Eu tentei.
Há manhas. Tardes. Noites.
Tardes de "Olá" e tardes de "Adeus". Tardes de simpatia, porque sim e porque não.
"Dias nao são dias" ouvi hoje alguem dizer-me isto, "tardes não são tardes"...
Porque que eu tenho a capacidade de apenas um momento do meu dia deliciar-me para uma semana? É esta a capacidade que distingue os artistas de quem nao é artista. os artistas têm uma vontade imensa de criação e os não artistas aceitam as coisas sem sermões, talões ou outras complicações. Não ha simplicidade, para eles é so impressionismo. Quem me dera, hoje ser artista. Tentei ser artista de tarde, mas pela mesma razão que uso o "porque sim e porque não" uso agora o "adeus".

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Psicanálise

Sou desimaginativo.Nunca curti muito esta palavra. Talvez ela não exista, mas eu sou assim, eu existo e esta palavra sou eu.Pensava eu. Eu amo-me , mas nunca curti a palavra, que se lixe.
E assim vivi feliz para sempre.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

22 de Janeiro de 2009

O tempo anda meio estranho. Chove e faz sol, e chove de novo. E eu aqui, e aqui espero pelo o dia em que te vou ver. Há dias que nos apetece tar mais com umas pessoas do que com outras, há dias em queremos tar um com o outro faça chuva ou faça sol. Da ultima vez que te vi eras absolutamente fantástico, eras o meu tempo, a chuva e o sol, hoje és mais que isso. Se nós podemos dizer que vivemos momentos , que vivemos a vida , que vivemos o Verão, que vivemos as nossas companhias , será que eu posso dizer que quero viver-te, viver o tempo ? Viver-te quando chove e viver-te quando há sol …
Os meus dias são horríveis quando não chove nem faz Sol. Não sei de ti, ando perdido na minha cabeça á procura de recordações tuas, afinal somos alguma coisa um para o outro. Sempre te achei uma artista, uma artista de nada para falar a verdade, nem de nome, artista pois fazes mais que os artistas. Artisticamente consegues controlar a chuva e o sol e a partir do dia em que o conseguiste nunca mais tive nenhum dia afastado de ti, para mim sempre houve sol ou sempre houve chuva, para nós o tempo sempre foi meio estranho. Eu a partir deste dia passei a viver-te.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Boa Tarde .

Tarde. Era uma vez uma tarde.Os dias normalmente começam de manhã, mas para mim há dias que começam a tarde. De tarde troco sorrisos, falo, aprendo a ser artista. Tardes.Estivemos sentados num café a dizer palavras...palavras. Aperfeiçoava-mos a arte de olhar, a nossa arte de falar, de sentir. Afinal era uma simples tarde,diferente, para ti e para mim, e igual a talvez umas que possam a acontecer. Chegou a hora, eu deixei que ficasses com o meu tempo e subitamente desapareci nele.

O período entre cinco a nove anos de idade é marcado pelo desenvolvimento psicológico da criança.

Vejo em montes de blogs (blogs melhores que este) textos e textos sobre infancia, ora para o meu ser mais ou menos igual aos outros, devo tambem, escrever sobre a minha infancia.



Oh No - Andrew Bird

Quando eu tinha os meus 5,6,7 anos passava os meus Verões em casa dos meus avós, brincava com galinhas mais o meu primo, eu e ele faziamos corridas com caixas de fruta em cima de skates, tinhamos baloiços próprios num parque em minha casa. ..Conseguia correr das 8 da manha as 8 da noite. Hoje nem 8 minutos. Tambem almoçava a correr para puder ir regar as flores com um regador verde com autocolantes e jogar a bola. Hoje a tal bola é cinzas, foi queimada por volta dos meus 7 anos ( eu e o meu primo partimos a janela do passareiro da minha Avó com ela) enfim. Tive montes de brinquedos, era grandiosamente feliz, brincava e era feliz ao mesmo tempo. Agora vejo que toda a gente brinca para ser feliz mas não querem brinquedos, querem pessoas. Eu brincava e brincava e brincava. Sorria. Lembro-me de correr atrás dos passaros que paravam num muro da casa dos meus Avós, era reguila, punha a cabeça da minha querida Avó em àgua. Ela queria que eu dormisse a sesta ou ficasse o dia todo a ver bonecos na televisão. Nunca gramei muito televisão, é perda de tempo e dormir ainda mais . Porcurava o "selvagem" no meio do quintal do meu Pai, com o tempo fui crescendo e descobri que era uma horta. De Inverno quando chovia fugia da minha Avó e ia novamente andar no meu baloiço vermelho, era louco por aquilo, não me cansava , adorava a liberdade que me dava.
Com o tempo fui deixando isto tudo, e agora apenas são recordações.





Este é o meu baloiço hoje. Estou velho hein ?
Hoje em dia qual é o miudo que não gosta de estar uma tarde a jogar computador ?


Obrigado, tive a melhor infancia das infancias.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Estrela é um corpo celeste, no entanto, também é muito utilizada para descrever algo importante, tanto pessoas como coisas.

Não sei o que pensar, admito que estou lúcido.
Por ti roubava todas as estrelas do mundo e partilhava-as contigo. Não te dava só uma.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Apresenta todas as palavras do domínio da medicina.

Não quero ser mais do que tu, nem ser a pessoa que quer ter mais.
O que para mim é ter algo...
O que eu quero não sei se vou ter e tu trabalhas para o ter.
Para que que trabalhas e és vitima do teu orgulho se não sonhas com o que desejas ? se não sonhas com o queres ter ?
Eu apenas sonho.
Vejo o tempo e ele vê-me a mim quando me ultrapassa e eu fico inerte.
Estou parado, louco e alheio a tudo, alheio a tudo o que quero e tambem ao que não quero. O que quero, não leva a lado nenhum e o que não quero tras-me sonhos e pensamentos, eu quero estar quieto no meu cerebro. Ele já está frito.
Tenho uma cabeça ja velha.
Merda... não estou lúcido e oiço-te a murmurar ao meu ouvido.
Quanto custa a liberdade ?

Caro Campos

Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada -
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...

E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço.
Íssimo, íssimo. íssimo,
Cansaço..

Álvaro de Campos