terça-feira, 15 de maio de 2012
Para ti, I.
se calhar já estás a dormir, o que eu acho que sim
se calhar devia ter mandado uma mensagem de boa noite para o teu telemóvel, o que eu acho que sim
se calhar o que foi descrito na frase anterior devia ter acontecido, o que eu acho que sim
se calhar essa mensagem ia fazer-te sorrir e ia também fazer-te sentir proxima de mim, o que eu acho que sim
se calhar hoje não devia ter vindo dormir a minha casa, o que eu acho que sim
se calhar devia ter dormido na tua casa, o que eu acho que sim
se calhar devia ter dormido contigo na tua cama, o que eu acho que sim
se calhar amanhã vou-te convidar para dormires comigo, o que eu acho que sim
se calhar amanhã talvez aceites o meu convite, o que eu acho que sim
sábado, 25 de fevereiro de 2012
Promessa
terça-feira, 31 de agosto de 2010
Quem hesita perde. Hesitei, voltei a perder-te.
Talvez te pareça estranho, ou até mesmo ridículo o que te vou dizer, porque para mim também é, mas naquela noite que tu foste ter comigo a minha casa, antes de irmos para o café, com um amigo nosso, senti que te podia dizer tudo porque tu irias sempre aceitar, compreender e confiar qualquer coisas que te dissesse (estávamos no meio da rua os três, subitamente olhei-te nos olhos, em nenhuma ocasião me vou esquecer). É esse o efeito louco ou absurdo que a tua voz tem em mim, que no meu íntimo, espero que seja semelhante ao que a minha tem sobre ti.
Sempre que falávamos ao telefone deitamo-nos com a voz um do outro, criticando e gargalhando, fazíamos isto na minha opinião apenas pelo prazer de falar um com o outro.
domingo, 22 de agosto de 2010
Primazia.
Antes de mais deixa-me dizer-te que foi a primeira vez que achei que senti amor.
Claro que como em quase todas histórias de amores de Verão, depois daqueles encontros tudo foi esmorecendo. Se antes as mensagens eram enviadas com regularidade alucinante, passaram a ser mais espaçadas para, depois, deixarem de existir.
Mas são raras as histórias de amores de Verão que sobrevivem à estação seguinte. Foi assim mais ou menos. Corriam os tempos que em se estava na época da adolescência, com o cruzar de olhares fiquei conhecido de uma rapariga, “ foi assim, penso que nada mais” lembrando-me nitidamente dos primeiros dias. Os sorrisos continuam-lhe a pintar o rosto, tal como diariamente acontece, os mesmo que me encantaram e continuaram a encantar, pois o sorriso é intemporal e para lá do sentimento, é só um sorriso. Claro que o primeiro beijo não tardou a chegar e com ele as noites dormidas, “ o que se passava não era nada, era a situação que criava o que se passava” penso eu ainda hoje. Naqueles dias houve tempo para tudo, também eram muitos dias, imensos dias, dias que são memórias, sem cor, sem som, sem cheiro, hoje sem nenhum sentido. As férias acabaram e o casal ainda tentou que o amor vivesse mais uns meses. Acabou por ser uma história que durou anos, com mais interrogações e interrupções do que ligações, mas foi o tempo suficiente.
Hoje praticamente não se falam. Trocam uma mensagem no dia de Natal, no aniversário dela e no dele. No passado, ambos pensaram que seria algo importante, mas “era um amor inocente”.